terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Domingo de violência no Morumbi

Por Fernando Richter

Domingo foi dia de muita rivalidade no campeonato paulista. No Morumbi, houve violência dentro de campo e como já era esperado, novamente o clássico entre São Paulo e Corinthians marcou-se como palco de guerra das organizadas.

A decisão tomada pela diretoria do São Paulo em liberar apenas 10 % dos ingressos aos torcedores adversários, gerou insatisfação não apenas para os diretores do Corinthians, mas também aos torcedores alvi-negros que foram ao estádio revoltados, afim de criar um protesto (tumulto).

Dentro de campo, um jogo bem conturbado, com erro de arbitragem e muita violência, foram três expulsões e nove cartões amarelos. Fora de campo, a batalha mostrou-se não ter fim. Dessa vez não houve confronto entre torcidas rivais, pois, com apenas 6.000 corintianos a polícia conseguiu controlar a chegada e a saída dos torcedores. Isso prova que a nova lei que autoriza a redução de torcedores adversários é bastante benéfica, mesmo não sendo entendida ou aceita por alguns diregentes ou pessoas diretamente envolvidas no futebol. A batalha dessa vez foi entre integrantes das organizadas do Corinthians e policiais, ao término da partida.

Segundo torcedores do Corinthians, a polícia, sem motivos, soltou bombas e distribuiu pancada nos alvi-negos. Já o comandante da Polícia Militar, Ervando Velozo, diz em sua versão que tudo começou quando os corintianos, ainda não satisfeitos com a questão dos ingressos, começaram a depredar o estádio e o estacionamento do Morumbi, quando deixavam as dependências do estpadio. Com isso a polívia precisou agir. Uma bomba de efeito moral foi lançada para intimidar os rebeldes. Mas ao invés de recuar os torcedores preferiram partir para cima da polícia, o que resultou em 39 feridos.Concordo que muitas vezes a polícia mostra-se totalmente despreparada. Mas convenhamos que o grande problema é a ignorância de muitos torcedores. Não é à toa que o amigo Flávio Prado (Mesa Redonda), refere-se às organizadas como bandidos. Eles agem como verdadeiros gangster´s. Se comportam como animais e seus gritos são de apologia à violência.

O que fazer para acabar com isso? Proibir as organizadas de permanecerem nos estádios? Não é a solução. No ano de 1995, o ex-promotor público de São Paulo, Fernando Capez, conseguiu junto ao ministério público, proibir a entrada dos “torcedores organizados”, porém, camufladamente, eles davam um jeito de entrar nos estádios e praticar seus atos violentos.De acordo com o atual Promotor de Justiça, Paulo Castilho, a única solução é reduzir o número de torcedores visitantes para apenas 5% nos estádios, o que facilitaria muito mais no controle da violência. Tanto que neste último clássico entre São Paulo e Corinthians não houve nenhuma ocorrência de brigas nos metrôs, nas vias de acesso e ao redor do estádio.

Eu oncordo com a ideia do promotor, e digo mais, acho até que o correto é optar pelo chamado “Jogo de uma torcida só”. Na minha opinião, grandes clássicos deveriam ter, presente no estádio, somente a torcida da equipe mandante. Tenho certeza que dessa forma reduziria quase 100% da violência.

É um verdadeiro absurdo. Em 2014 teremos Copa do Mundo no Brasil. De que jeito? Deveriamos estar nos preocupando com a infraestrutura dos estádios, com a preparação para melhor receber cada delegação, mas não conseguimos nem resolver a questão da violência. Fica a pergunta, temos competência para sediar uma Copa?

2 comentários:

  1. Pois eu te respondo, Fernando: veremos em julho de 2014. Agora é apostar pelo melhor e fazermos o q nos cabe q é escrever com responsabilidade. Questionar, sim... mas de forma sensata e embasada. Confesso q estou preocupado, mas mantenho o otimismo em voga, ainda... ainda!
    Abrs.
    Everton Domingues
    www.beijingolimpica.blogspot.com
    www.vancouverolimpica.blogspot.com
    www.londresolmpica.blogspot.com

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  2. Sabe Everton,

    Apesar de tudo e torço pelo melhor. Afinal de contas, sou brasileiro e gostaria de ver o nosso país sendo bem falado, tendo crédito pelo mundo à fora, enfim... O problema é que entramos em problema um pouco mais centralizado, que é a cultura. Infelizmente o brasileiro ainda não pensa como gente desenvolvida. Um grande exemplo fora do esporte: A garota que mora na Suiça e diz ter sido atacada por Neo-Nazistas. Há indicios de que ela tenha inventado tudo e que nem grávida ela estava, ou seja, se realmente isso for comprovado (espero que não, espero que ela esteja dizendo a verdade) é mais um ponto que perdemos em relação ao mundo. É mais um passo pra trás. Me entende? O grande mau disso tudo, volto a dizer, é na cultura. Tenho muito medo de um Copa no Brasil. Não que não vá da certo, ou que eu estou torcendo contra. Apenas tenho "medo".

    Obrigado pelo comentário. Saiba que você é sempre bem vindo no nosso blog e a sua opinião sempre muito bem aceita.

    Um grande abraço,

    Fernando Richter

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